FEBASP - FEDERAÇÃO DE BADMINTON E PARABADMINTON DO ESTADO DE SÃO PAULO

Parabadminton Definições e Classes

Aline Miranda Strapasson - Diretora Técnica de Parabadminton da FEBASP

O Parabadminton (PBd) é um esporte adaptado para pessoas com deficiência que foi desenvolvido em meados dos anos 90 e reconhecido pela Associação Internacional de Badminton para deficientes (IBAD), com o intuito de oportunizar a prática pelas pessoas com as mais variadas deficiências físicas (DF). Atualmente 60 países, representantes dos 05 continentes, são filiados à Federação Mundial de Badminton (BWF - Badminton World Federation) e praticantes do PBd.

O PBd apresenta-se como modalidade com futuro promissor, tendo em vista que fará sua estréia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020, após a aprovação do Conselho de Administração do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) em outubro de 2014 (Berlim, Alemanha).

As regras básicas do esporte são as mesmas do Badminton convencional, regidas pela BWF, apresentando algumas adaptações para atender a população com DF. Tais adaptações estão relacionadas: às categorias ou classes esportivas (de acordo com a classificação funcional), à quadra (diminuição da área de jogo em três categorias) e aos equipamentos adicionais (cadeira de rodas, muletas e próteses).

O esporte oferece seis classes esportivas e os atletas participantes de competições, devido aos diferentes graus de comprometimento, precisam passar pelo processo de classificação funcional, sistema que tenta garantir o princípio de igualdade de condições de disputa. Desse modo os atletas competem dentro de suas classes, que são:

  • WH 1 e WH2: destinadas aos atletas usuários de cadeiras de rodas;
  • SL 3 e SL4: destinadas aos atletas que tem comprometimentos predominantes nos membros inferiores;
  • SU 5: destinada aos atletas que comprometimentos predominantes nos membros superiores; e,
  • SS 6: destinada aos atletas que tem baixa estatura ou nanismo (Figuras 1-4).

Cabe informar que as DF elegíveis ao PBd deverão ser decorrentes de: lesão medular, poliomielite, espinha bífida, paralisia cerebral, distrofia muscular, amputações, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, malformações, lesões de plexo braquial, síndromes, nanismo, entre outras.

1 Wheelchair Sport Classes: Classe Esportiva para Usuário de Cadeira de Rodas.
2 Standing Lower Limb Sport Class: Classe Esportiva para andantes com comprometimento de membros inferiores.
3 Standing Upper Limb Sport Class: Classe Esportiva para andantes com comprometimento de membros superiores.
4 Short Stature Sport Class: Classe Esportiva para andantes com baixa estatura.

Figuras 1-4: Fotos de Eduardo Oliveira dos atletas e ex-técnica da Equipe de Parabadminton da cidade de Toledo-PR, nos Campeonatos Nacionais em Curitiba (2012/2013) e do atleta da SANKALP, Campinas-SP, no Campeonato Nacional em Brasília (2013).
 

Em relação às adaptações da quadra, somente três categorias oferecem redução de tamanho: WH1, WH2 e SL3 (Figuras 5, 6 e 7).

 

Figura 5: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 individual.
Fonte: BWF, com ilustrações da autora.

 

Figura 6: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 de duplas.
Fonte: BWF, com ilustrações da autora.

 

Figura 7: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para a classe SL3 individual.
Fonte: BWF, com ilustrações da autora..

Cabe dizer que no Brasil foi incluída nos campeonatos nacionais a classe SI9 (Standing Intelectual Disability), direcionada aos atletas com deficiência intelectual e, que existem competições nacionais e internacionais do esporte para pessoas surdas.

Quanto aos equipamentos adicionais, é importante informar que cadeira de rodas deve ser específica para a modalidade, tendo como diferencial os estabilizadores dianteiros e traseiros, ou seja, as rodinhas que do ponto de vista de segurança, previne que o atleta caia para trás (Figura 8).

Figura 8: Cadeiras de Rodas de PBd.
Fonte: Fotos tiradas pela autora no Mundial de PBd da Guatemala, 2011.

 

O PBd, assim como o Badminton pode ser disputado nas categorias simples (individual), dupla (masculino/feminino) e dupla mista.

A BWF já promoveu 10 Campeonatos Mundiais de PBd e o Brasil participou das três últimas edições, Guatemala 2011 (2 atletas, 3 técnicos e 1 acompanhante); Alemanha 2013 (10 atletas, 3 técnicos e 2 acompanhantes) e Inglaterra 2015 (12 atletas, 05 técnicos, 01 fisioterapeuta, 01 psicóloga, 02 staffs) (Figuras 9, 10 e 11).

 

Figuras 8-9: Delegações do Brasil nos Campeonatos Mundiais de Parabadminton da Guatemala 2011 e Alemanha 2013. Fonte: Fotos da autora.

Figura 10: Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Inglaterra 2015. Fonte: Foto da autora.

O primeiro Campeonato Brasileiro de PBd aconteceu entre os dias 5 e 6 de dezembro de 2009, no ginásio do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE), Brasília – DF, com apoio da Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) juntamente com Federação de Badminton de Brasília (FBB). Atualmente mais de 14 estados estão praticando o PBd e, o estado de São Paulo vem se destacando em suas ações em prol do desenvolvimento do esporte através da FEBASP e de várias associações e clubes filiados a mesma.

 

Aline Miranda Strapasson,
Doutoranda do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Área de concentração: Atividade Física Adaptada, sob a orientação do professor Edison Duarte.
Campinas – SP, 2014.

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